quinta-feira, 28 de julho de 2011

Os discípulos do amanhã


A grande maioria das pessoas que frequenta a Igreja aspira, pretende e se identifica como discípulo de Jesus Cristo. E é muito bom que assim o seja. É muito bom que cada pessoa na Igreja tenha no coração este desejo de querer aprender da vida de Jesus, de ser continuamente instruído em Sua doutrina, de “frequentar” a escola de tão Divino Mestre. Mas Jesus não quer apenas “discípulos”. Jesus não nos quer “eternamente” alunos, como simples aprendizes de um ofício que nunca exercitamos, nunca assumimos e para o qual estamos sempre sendo treinados...

Não. A Igreja está por demais povoada de “discípulos do amanhã”, que sempre que convidados a assumir uma tarefa mais séria, uma atividade mais comprometedora com a Boa Nova, pondo em risco e oferecendo ao desgaste a própria vida pela causa do Reino, recusam-se, alegando não estar ainda “preparados” para tal serviço, não ter ainda “condições” de se doar como o trabalho em questão exige. Preferem continuar “discípulos”, apenas. Preferem continuar tendo “ótimas idéias” e “planos impressionantes”, mas... para os outros executarem! E passam a vida “se preparando”, deliciando-se com os ensinamentos recebidos de outrem, às vezes criticando quem trabalha, contestando isso e aquilo, para, quem sabe, num amanhã que nunca chegará, oferecer ao Senhor os “restos” de suas vidas egoístas e medrosas...

Uma das missões do Espírito Santo é exatamente a de transformar aquele que é discípulo em testemunha de Jesus Cristo . Ou seja, depois de testemunhar Jesus em nós e nos tornar discípulos, o Espírito quer que nós mesmos testemunhemos a Jesus, trabalhando por manifestá-lo a outros que não O conhecem. E não precisamos nos sentir “despreparados” ou incapacitados. A capacitação para testemunhar a Jesus vem do Espírito, e não de nosso “muito tempo” na escola da fé. Pois esta foi a promessa feita por Jesus a um grupo especial de discípulos:
 “... Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força
e sereis minhas testemunhas (...) até os confins do mundo” (At 1,8).

Ao testemunhar Cristo, o Paráclito é um assíduo Advogado e Defensor da Obra de Salvação e de todos aqueles que estão engajados nesta Obra”.

Paulo VI – na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (n.75), já enfatizava: “”. Não poucas pessoas são motivadas, atualmente, a ansiar por uma renovada efusão do Espírito Santo em suas vidas. Querem “o poder do alto”, Mas nem sempre se mostram dispostas a estender a visão a respeito dessa força recebida para além do exterior aspecto glorioso que a pode acompanhar, e usá-la para aquele propósito primeiro indicado por Jesus Cristo de sermos, por causa dela, suas destemidas testemunhas (cf. At 1,8), capazes de por Ele correr riscos, fazer sacrifícios e suportar afrontas

Jesus era ainda um simples menino quando seus pais O encontraram – em meio aos doutores da lei – trabalhando pela causa do Reino, junto ao templo de Jerusalém. Perguntado por que fazia aquilo, naquelas circunstâncias, respondeu:

“Acaso não sabíeis que devo me ocupar das coisas de meu Pai?” (Lc 2,41-52).

Se é que temos o mesmo Pai a que se refere Jesus, a hora de ocuparmo-nos de Sua obra é hoje, é agora! Aliás, colaborar efetivamente com as obras que buscam promover a glória de Deus e testemunhar a Jesus é a condição para que Ele também um dia dê testemunho a nosso favor diante do Pai que está nos céus (Mt 10,32-33). Amém!

Por Reinaldo Beserra dos Reis –
Assessor para as Comunidades da RCCBRASIL
Grupo de Oração Elena Guerra

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